Descalabro na <i>GALP Energia</i>
A Comissão Central de Trabalhadores da Petrogal classificou a política de privatização da GALP Energia, de responsabilidade governamental, como «um descalabro» que põe «cada vez mais em risco a existência da empresa como um pólo industrial unificado e a sua importância estratégica para servir o País». Num comunicado de dia 23, onde se referem os «escandalosos lucros» da GALP, designadamente os resultados obtidos nos primeiro semestre deste ano, de 174 milhões de euros (mais 71,7 por cento do que no mesmo período do ano passado) a CCT da Petrogal destacou «o que de negativo também caracteriza diversos actos envolvendo a GALP Energia», relativos à gestão interna do Grupo e à responsabilidade governamental.
Sobre a forma como tem sido gerida internamente, o comunicado salienta «a proliferação de discriminações socioprofissionais»; uma política salarial «muito assente em decisões autocráticas e onde a prática do “acto de gestão se sobrepõe às negociações salariais»; um «incipiente» aumento geral de salários, «feito à revelia das negociações», e «o não pagamento resultante do processo de avaliação de desempenho».
Sobre as responsabilidades do Governo, a CCT destacou «o esbanjamento dos resultados financeiros» da GALP Energia, lembrando que o fundamental desses resultados «reverte para o capital privado e não para o Estado», e classificando como «aberrantes» os preços praticados sobre os produtos petrolíferos. Um quadro onde se recorda que Portugal está entre os países da União Europeia onde a gasolina e o gasóleo custam mais aos consumidores consta do mesmo comunicado. A CCT garante que continuará a luta em defesa dos direitos dos trabalhadores e por uma GALP Energia ao serviço do País.